Pérola

"Nós entendemos que Israel tem o direito de se defender pois nesses últimos anos o Hamas lançou diversos foguetes na região"
Barack Obama

domingo, 7 de dezembro de 2008

Sobre a Crise Econômica, a Luta Estudantil, Ocupações, e Criminalização dos Movimentos Sociais.

A Luta nas públicas...

Desde 2007 temos visto uma série de mobilizações estudantis, a ocupação da USP deu início a uma série sem precedentes na história recente do Movimento Estudantil brasileiro, ainda no primeiro semestre ocorre uma série de ocupações, como na UFAL, UEFS, e em outras universidades. A própria ocupação da USP, também foi seguida de ocupação e greve nas demais estaduais paulistas, os estudantes começavam a se libertar do burocratismo em que havia se metido desde o início dos anos 90, por conta dos rumos que a UNE tomava desde lá.

O segundo semestre de 2007, inicia, com novas ocupações, dessa vez as ocupações foram mais políticas, se chocaram diretamente com o governo Lula, e as instituições como a UNE, braço direito do governo no Movimento Estudantil, assim como com instituições do Próprio Estado Burguês, como a Polícia Federal, Militar, o Poder Judiciário, etc. A luta contra o Reuni, reafirmou métodos de luta radicalizados, e o novo momento do ME, antes muito confinados em reuniões que nadavam em nada, a experiência do primeiro semestre mostrou que só se muda algo, com muita luta, que pese a derrota parcial que tivemos, na luta contra o REUNI, mas isso por conta de alguns elementos que mais em baixo trataremos.

2008 entrou, e a luta continuou, a ocupação da UnB, contra a corrupção da reitoria, a denúncia direta do reitor, e a luta contra as fundações, deram a tônica, essa ocupação causou uma comoção semelhante à da USP, e não nacionalizou a luta, como fez a ocupação da USP, entre outros motivos, por que essa ocupação n]ao se chocou com o governo, e manteve pautas, que ao menos na aparência tinham pautas que diziam respeito apenas à UnB(aparência, por que os problemas vividos com corrupção(ativa e passiva), a questão das fundações, etc, atingem todas as Universidades Federais, com raras exceções). Mesmo assim, a pauta democrática da ocupação da UnB, levou outras a com o mesmo método ocuparem suas reitorias, exigindo mais democracia nos processos eleitorais das suas universidades.

E nas privadas...

Ainda em 2007, vimos lutas importantes acontecendo nas universidades privadas, a fundação Santo André, exigia a sua federalização, na PUC-SP a luta contra o Redesenho Institucional, também levou a reitoria da PUC a ser ocupada.

Em 2008, o Movimento Estudantil nas universidades privadas, entra em cena novamente, dessa vez por pautas econômicas, dessa forma a UNISANTOS tam a sede da sua mantenedora ocupada, e pautas como a luta contra o aumento das mensalidades, contra as demissões dos professores, etc, a crise econômica que já começa a mexer com a vida dos brasileiros, leva estudantes a se movimentar por pautas fundamentais em momentos de crise. Além da UNISANTOS, acaba de chegar o informe d que outras 4 universidades em São Paulo e uma no Rio Grande do Sul, estão em processos de lutas, contra o aumento das mensalidades.

Em comum

Existe em curso hoje, uma tentativa de tratar o Público como Privado, assim ocorreu na UFAL, em que uma das acusações que pesam dobre o Movimento Estudantil é de invasão de propriedade... Pasmem... PRIVADA, assim ocorre com assim ocorre com as famigeradas Fundações Estatais de Direito Privado, a confusão dessa forma está instalada e estamos a um passo de reconhecer o público como privado...

Outro ponto comum, que deriva da apropriação do Público como Privado, é exatamente a reação do Estado(ou seja dos governos e instituições repressoras do Estado, Polícias, etc) e das reitorias, a repressão.

Na universidades públicas, a luta contra o Reuni, exatamente por se chocar contra o governo, foi duramente reprimida pelos governos e reitorias, somente desta forma o Reuni poderia ser "aprovado" pelas cúpulas das universidades e pelo governo, mas completamente reprovado pelos estudantes.

A criminalização do Movimento Estudantil, esteve presente em praticamente todos os processos de luta estudantil, desde 2007, na USP, foi a tropa de choque, na UFAL a polícia federal, na UFC, chegou ao cumulo de a reunião do Conselho ser feita numa base militar. Na PUC-SP e na Fundação Santo André a tropa de choque entrou em ação mais uma vez. Na UFMG assim como na UFAL, estudantes correm o risco de serem suspensos ou/e expulsos... e agora a ocupação da UNISANTOS também estão sobre ameaça, como fala um dos textos do Blog do CES, “Em seguida o major seguiu com ameaças: Disse que desocuparia com a violência que fosse necessária independentemente da intervenção da reitoria da Unisantos. Contanto, nós, estudantes, nos sentimos negociando com uma arma apontada para nossa cabeça.”

É importante colocar que a escalada de criminalização dos movimentos Sindical, Popular e Estudantil, vem ocorrendo, seja nos interditos proibitórios contra as greves, seja no caso do MP gaúcho contra o MST, seja no assassinato direto de vários e vários lutadores e lutadoras. Nesse sentido é que a CONLUTAS, juntamente com a OAB e outros movimentos sociais, estão em campanha aberta contra a Criminalização dos Movimentos Sociais, o último congresso do Sindipetro AL/SE, teve como um dos centros das suas preocupações a criminalização também, e temos visto essa preocupação em vários outros sindicatos.

E a crise?

Não é só a criminalização dos movimentos que temos em comum(nós estudantes das públicas e privadas) em conjunto com o movimento sindical, e social, mas nesse momento é necessário, mais do que nunca unificar as lutas estudantis com as lutas dos trabalhadores, a aliança operário-estudantil, forjada no sangue de várias lutas na história, como o Maio Francês de 68, deve ser construída novamente, senão pagaremos um preço caríssimo pela crise.

A importante bandeira da ocupação da Unisantos, contra as demissões dos professores, é uma prova que podemos unificar nossas lutas às lutas dos trabalhadores, dessa mesma forma devemos estar presentes nas lutas operárias, dos servidores públicos, e do conjunto da classe trabalhadora, não podemos permitir que sejamos nós estudantes e trabalhadores que paguemos pela crise, não podemos permitir que o Governo doe bilhões de reais para os patrões, enquanto milhares de operários são demitidos, a verba pra educação é cortada, e para que não sejamos nós a pagar pela crise, tenho certeza que a única solução é a luta, POR QUE SÓ A LUTA MUDA A VIDA!


Fabiano Santos - é Coordenador geral do CASS/UFAl, Coordenador de Assistência do DCE/UFAL e militante do PSTU/LIT-QI


2 comentários:

Mário Júnior disse...

Acho que você deu uma continuidade/complemento naquele seu texto sobre o Congresso Nacional de Estudantes, que foi escrito para sair no jornal da chapa pró-DCE, e postou ele aqui. Acertei?

Uma atualização também foi feita, já que você cita fatos mais recentes, como a ocupação na Unisantos.

Eu tive contato com ele [o texto inicial que deu origem a este], fiz até uma pequena correção. Mas acabou que não foi lançado um material da chapa com ele.

Descritivamente, você enumera uma série de fatos políticos que existiram, uns com mais e outros com menos ênfase. Mas o final me pareceu muito panfletário.

Fabiano disse...

Na verdade foi uma continuidade/complemento inconsciente mário, e de fato eu fechei de uma forma que eu não queria senão eu ia continuar a escrever, escrever, escrever, rsrsrsrs... faltou inaginação na hora... abraço

 
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