Pérola

"Nós entendemos que Israel tem o direito de se defender pois nesses últimos anos o Hamas lançou diversos foguetes na região"
Barack Obama

domingo, 7 de dezembro de 2008

Sobre a crise economica, a Classe Operária e o Movimento Estudantil

A partir do final de 2007, vivemos uma crise econômica, que aumenta o seu potencial destrutivo e portanto agravada pela crise financeira mundial.

O Governo Lula, que sempre seguiu a cartilha do mercado e de suas agências e organismos, disse que a economia brasileira estava preparada para a crise, que a crise era apenas "uma marolinha", representantes do governo e do PT, dizem que o Brasil é vanguarda na economia, e que é dos países em desenvolvimento que saíra a solução pra crise, ou seja, para o PT e para o governo estamos vivendo uma grande festa da economia, estamos no rumo certo...

Ao contrário dessas fábulas fantasiosas(me desculpem mas não resisti à sutil redundância), com o passar dos dias temos visto o Brasil começar a pagar o seu preço pela crise. Isso já era de se esperar, afinal essa crise não é apenas uma crise de confiança, financeira, ou qualquer coisa que o valha, é uma velha crise cíclica do capital, a famosa crise de superprodução, e me parece que os detentores da maior economia do mundo, não iriam querer pagar sozinhos pela crise, nesse sentido os “EUA, como principal economia do mundo, tem regalias que ajudam a enfrentar a crise. Por exemplo, detém o controle da moeda mundial, o dólar, que lhes dá a possibilidade de transferir parte do prejuízo para o mundo.”(Godeiro)*

Dessa forma vemos cada vez mais dólares saindo das filiais direto para a matriz, e os EUA “socializando” os prejuízos com a Europa e o resto do mundo, obviamente que o mundo globalizado não poderia deixar de globalizar com os países pobres e em desenvolvimento seus prejuízos.

Assim vimos na última semana a FIAT demitir 1000, a Vale 1300, e quase metade dos metalúrgicos entrarem em férias coletivas. O governo continua com a festa dos patrões, depois de ter liberado 180 bilhões para os banqueiros, de ter vetado os 2 bilhões da educação, segue liberando bilhões para montadoras, enquanto isso as mesmas seguem mandando seus lucros para a matriz, ou seja o governo financia o desemprego dos operários brasileiros.

Somente a classe operária pode nos oferecer uma alternativa!

A classe operária é a única classe que pode nos oferecer uma alternativa verdadeira à crise que vivenciamos na atualidade. Somente a movimentação dessa classe, pode fazer com que os ricos paguem por essa crise.

A maior parte da classe ainda confia no governo Lula, ao passo que setores do operariado brasileiro, começam a sentir na pele que a crise chegou. O desemprego deixou de ser apenas uma expectativa, para ser uma realidade, diante disso, o capital vai começar a desferir golpes e mais golpes na classe, dos quais o primeiro(e dos mais poderosos) foi a eleição de um ex-operário à presidência da república, causando ilusões gigantescas à imensa massa de explorados no Brasil.

Ao passo que, algumas importantes iniciativas começam a ser desenvolvidas, do lado de cá da trincheira na luta de classes, como o congresso internacional dos mineiros, convocado pela COB, e realizado em Huanuni, na Bolívia, ver site do ELAC ou a campanha contra o desemprego posta em prática pela CONLUTAS, infelizmente as outras centrais sindicais não se movem e levam os trabalhadores para uma derrota sem precedentes.

Aliança Operário-estudantil

Nós do movimento estudantil não podemos ficar parados apenas observando os trabalhadores e trabalhadoras perderem seus empregos, verem os direitos reduzidos a pó. Desde 2007 temos travado duras batalhas contra os governos e reitorias. A classe operária, começa a sentir o peso da crise cair nas suas costas, por outro lado, os estudantes iniciam algumas mobilizações, nas pagas contra o aumento da mensalidade, nas públicas a luta contra o Reuni continua.

É fundamental para que não sejamos nós estudantes e trabalhadores que paguemos pela crise, que unifiquemos as nossas forças. Temos que nos somar à luta contra o desemprego, contra a retirada de direitos, pois a reforma trabalhista já aparece na ordem do dia de novo, e olhando a história, essa é a principal forma de os capitalistas superarem suas crises, jogar nas costas da classe trabalhadora seus prejuízos.

Não podemos olhar pra frente e continuar encastelados nas nossas universidades como se nada tivesse ocorrendo, chegou a hora, a maior crise econômica desde 1929, se continuarmos isolados no nosso mundo acumularemos derrotas, e o casse operária sofrerá um revéz que nos arrastará junto com ele.

Devemos estar presentes em cada ato, em cada assembléia, em cada manifestação, devemos convidar a classe operária para as nossas manifestações, marchar lado a lado, ombro a ombro com o proletariado, para fortalecer a luta por uma alternativa de verdade, e essa alternativa não pode ser concebida nos marcos da sociedade capitalista, e isso somente nos aliando fortemente à classe operária podemos construir.

Devemos olhar pra trás e seguir os variados exemplos como o Maio Francês de 1968, onde os estudantes batiam às portas das fabricas operárias em busca do seu apoio, e ali se construiu um dos mais belos momentos da luta de classes mundial!

Fabiano Santos – é Coordenador Geral do CASS/UFAL, Coordenador de Assistência Estudantil do DCE/UFAL e militante do PSTU

*Godeiro, Nazareno. A iminente crise dos países 'emergentes' aprofundará a recessão mundial. Opinião Socialista. Ano XII - nº 362

5 comentários:

Mário Júnior disse...

Crise, Classe Operária, Movimento Estudantil e Movimentos Sociais. Eis as palavras-chave de três dos seus últimos quatro posts.

Esse texto, inclusive, você começa DO MESMO JEITO que começou o anterior: "Desde 2007 acontece isso, isso e aquilo..."

Não discordo do conteúdo. Sim: somente a classe operária (o proletariado) pode superar a sociabilidade burguesa a partir de um vasto movimento de massas e radical (leia-se: uma revolução política com alma social).

Sim: é preciso, é oportuno, é necessário que haja a aliança entre o movimento estudantil e o operariado. É justo que os estudantes assumam a perspectiva do proletariado em suas lutas!

O problema é que, como este site trata-se de um blog, e não de um site com conteúdo segmentado, estás caindo em repetições.

Sugiro uma alternância no conteúdo. Escreva sobre música, literatura, cinema, futebol... enfim, dá uma variada na temática de vez em quando. É só uma sugestão.

Fabiano disse...

vou responder esse, depois dos outros, Concordo com você...

Apesar de eu estar estudando e me detendo ultimamente sobre os três temas que você relaciona, na verdade, o blog naum tem um carater tão pessoal, a ponto de falar de futebol, apesar de gostar muito desse esporte.

Mas enfim, de vez em quando eu começo a escrever algo e simplesmente posto aqui.

Mas de qualquer sorte, variar as coisas é importante...

;)

Fabiano disse...

De qualquer sorte, não vejo como se for escrever sobre coisas que estão relacionadas ao blog, em fugir muito das questões postas... rsrsrs

J.P. disse...

Poesia e luta. nada contra o esporte, mas a proposta do blog está diretamente relacionado ao título dele.
É bem direto.

Fabiano disse...

Isso... rsrrss

Apesar de que podems falar até de futebo, desde que relacionado com blog, por exemplo, caso aconteça novas parcerias escusas como aconteceu entre MSI e Corinthian's, e por aí vai... Há braços

 
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