sujo de sal e areia
feito de ferro e de pedra
tem a força do trovão
que afugenta a tristeza
do peito do homem e medra
de dentro do coração
a revolta que é pureza
hoje presa, por cadeias
forjadas com o suor
do homem, que planta o grão
que é trigo e não é pão
pois o produto do ofício
tem vocação oceânica
e alimenta a satânica
fábrica dos artefatos
terríveis e mostruosos
que trazem destruição
o canto que vem da terra
é chama, é grito de guerra
é choro de amarguras
é canto de esperança
verdadeiro qual criança
que brinca de pés no chão
o canto que vem da terra
não é canto, que é feito,
de encanto e desencanto
de tristeza e alegria
é grito feito de fome
de sofrimento e de choro
de menino sem infância
é canto que é poesia
porque no escuro anuncia
a aurora redentora
o fim da escravidão.
Mário Jorge - Poeta Sergipano... a vida se encarregou de encurtar seu espaço aqui entre nós, mas a sua genialidade faz com que esteja, sempre passando em nossas lembranças...
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