O que amo em minha loucura
é que ela me protegeu, desde o primeiro dia,
contra as seduções da ''elite'':
nunca me julguei feliz proprietário de um ''talento'':
minha única preocupação era salvar-me
-- nada nas mãos, nada nos bolsos --
pelo trabalho e pela fé.
Desta feita, minha pura opção não me elevava acima de ninguém:
sem equipamento, sem instrumental,
lancei-me por inteiro à ação para salvar-me por inteiro.
Se guardo a impossível Salvação na loja dos acessórios, o que resta?
Todo homem, feito de todos os homens,
que os vale todos e a quem vale não importa quem.
Memórias - Jean Paul Sartre
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