Pérola

"Nós entendemos que Israel tem o direito de se defender pois nesses últimos anos o Hamas lançou diversos foguetes na região"
Barack Obama

quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Em defesa de uma estratégia socialista

Aí está o último post do ano, dessa vez não é um texto meu, e sim do Eduardo Almeida, coloco este texto aqui, por estarmos bem próximos do Fórum Social Mundial, e que muito do que vai ser discutido lá o Eduardo Almeida aborda no texto, com polêmicas fraternas, mas fundamentais... e assim com uma polêmica é que nós encerramos os trabalhos do blog no ano de 2008... espero que se divirtam na noite de hoje e nãoo deixem a ressaca atrapalhar o dia de amanhã...

Abraços a todos e todas que por aqui passaram!

Em defesa de uma estratégia socialista
Uma das conseqüências da crise econômica internacional é levar o debate entre a esquerda para um terreno estratégico. A profundidade da crise exige uma resposta programática de fundo por parte de todos os setores envolvidos.

A enorme campanha do imperialismo que afirma que o capitalismo é a única alternativa e que o socialismo morreu atingiu fortemente a consciência dos trabalhadores. No auge do neoliberalismo, essa ideologia tinha uma base material. Agora, a crise está vindo com força e toda essa falsa consciência vem abaixo. O debate capitalismo x socialismo está se restabelecendo.

Mas não se trata de uma discussão fácil. Depois da restauração do capitalismo no leste europeu, não temos mais a barreira do stalinismo. Mas por outro lado deixou de existir uma referência de sociedade não capitalista. Por isso, é muito importante retomar o debate estratégico neste momento, sob um referencial socialista.

Por que Chávez não é uma alternativa ao capitalismo
O governo venezuelano é uma referência para muitos setores da esquerda que acreditam no “socialismo do século 21” de Chávez. A sociedade venezuelana, porém, continua tão capitalista como nos tempos passados.

As multinacionais controlam a principal riqueza do país, o petróleo. Chávez apenas aumentou um pouco mais a participação do Estado nos lucros. As multinacionais são donas de 49% do petróleo e das instalações dos poços petroleiros e campos. No caso do gás, podem ser donas de até 100%.

Não estamos falando de pequenas empresas, mas do “socialismo” com a Exxon Mobil, a Chevron Texaco e a Repsol. Os bancos venezuelanos têm altíssimos lucros, exatamente como no Brasil.

Uma nova classe dominante muito forte está se formando a partir do aparato de Estado venezuelano, com o apoio direto de Chávez – a chamada “boli-burguesia”, ou burguesia bolivariana. Inclui figuras como Diosdado Cabello, que comprou as indústrias dos grupos Sosa Rodríguez e Montana, três bancos comerciais e várias empresas de seguro, formando um dos maiores conglomerados do país.

Já os trabalhadores vivem na miséria. Dos 26 milhões de habitantes, cerca de 10 milhões vivem na pobreza. Segundo o órgão governamental INE, 33,9% dos lares são pobres e 10,9% extremamente pobres. Existem pelo menos 1,2 milhões de desempregados, e metade dos empregados está no setor informal.

Igual a Lula e o Bolsa Família, Chávez combina a manutenção do capitalismo com programas sociais compensatórios (as “missões” chavistas), financiados pela renda do petróleo. Não existe nenhuma diferença de qualidade entre a vida material de um trabalhador venezuelano e a de um brasileiro – apesar do “boom” petroleiro e do discurso sobre o “socialismo” chavista.

O diagnóstico é claro: sem romper com o capitalismo não é possível resolver os problemas básicos dos trabalhadores, como salário e emprego. O governo Chávez não é e nem pode ser uma modelo de alternativa à crise do capitalismo. Trata-se de um governo burguês nacionalista, como foram, em seus momentos, Perón, na Argentina, e Velasco Alvarado, no Peru.

Chávez tenta ocupar espaço, com apoio da direção do PSOL
O chavismo vai buscar se apresentar como alternativa anticapitalista no meio dessa crise econômica. Recentemente foi realizado em Caracas uma Conferência Internacional de Economia Política, em que se votou um programa para a crise. Como era de se esperar, a conferência patrocinada por um governo burguês votou um programa burguês de reformas, e não um programa socialista.

Segundo a principal proposta do evento, “devem ser criadas novas instituições econômicas (multilaterais), sobre novas bases, que disponham da autoridade e os instrumentos para atuar contra a anarquia da especulação”.

Essa é a mesma proposta de Ignacio Ramonet, um dos fundadores do Fórum Social Mundial, que defende um “novo Bretton Woods”, a conferência de 1944 que fundou o FMI e o Banco Mundial.

Ou seja, não é preciso acabar com o imperialismo, mas criar novas instituições para buscar um capitalismo mais humano. Todos esses setores defendem uma alternativa por dentro da estrutura capitalista e imperialista atual. Nenhum deles defende uma ruptura com a dominação imperialista sobre nossos países e nem com a estrutura capitalista. Todos têm boas relações com o imperialismo europeu (Chávez, por exemplo, vive elogiando os governos europeus, como alternativa à Bush) e manifestam expectativas no governo Obama.

Assim, a estratégia dos reformistas é mais uma utopia reacionária de humanizar o capitalismo. Mas as grandes multinacionais vão continuar atuando sob a lógica de sempre nas crises: descarregando a conta sobre os ombros dos trabalhadores, com miséria e desemprego.

Infelizmente, o PSOL aderiu às resoluções dessa conferência de Caracas. Em sua reunião da executiva nacional, adotou uma resolução que diz: “Por isso, em termos gerais, o PSOL apóia as medidas sugeridas pelos participantes da Conferência Internacional de Economia Política, recentemente realizada em Caracas”.

Alba: um novo Mercosul
Segundo a resolução de Caracas, “será chave em tal sentido desenvolver a maior complementação e a integração comercial regional em forma equilibrada, potenciando as capacidades industriais, agrícolas, energéticas e de infra-estrutura. Iniciativas como a Alba e o Banco do Sul deverão ampliar seu raio de ação e consolidar sua perspectiva para uma maior integração alternativa que inclua uma nova moeda comum, na perspectiva de uma nova arquitetura financeira mundial que viabilize outra inserção do Sul na divisão internacional do trabalho.”

A Alba (Alternativa Bolivariana para as Américas) é definida pelo próprio Chávez como uma área de “livre comércio”. Essa seria a alternativa. Mas ao não serem estatizadas, as grandes multinacionais continuarão controlando qualquer espaço econômico comum. A Alba é, assim, uma espécie de Mercosul, uma área de livre comércio ocupada pelas multinacionais instaladas no Brasil e Argentina. Um Mercosul com mais discursos antiimperialistas, mas com a mesma realidade capitalista.

A experiência dos trabalhadores brasileiros demonstra que o Mercosul não melhorou em nada a nossa vida. Melhorou sim para as multinacionais aqui instaladas, como as montadoras de automóveis que podem exportar para os países vizinhos com menos taxas. E ainda levou a uma maior exploração dos trabalhadores de países como o Paraguai e Uruguai.

O nosso horizonte estratégico não pode ser rebaixado a um “grande Mercosul”. A necessidade real é a da ruptura com o imperialismo e com a dominação das multinacionais.

Nem Chávez e nem Lula vão expropriar os bancos e as multinacionais. Não é por acaso que a resolução da Conferência de Caracas não fala nada das multinacionais. Em relação aos bancos propõe o “controle, intervenção, ou nacionalização sem indenização”. Ou seja, propõe alternativas que vão desde o “controle” defendido por Bush até a “nacionalização sem indenização” que nós defendemos. E Chávez, até agora, não adotou nenhuma delas.

A luta pela libertação real diante do imperialismo terá de se dar contra estes governos. Devemos exigir delas a nacionalização sem indenização dos bancos, a estatização das multinacionais, o não pagamento da dívida pública, para garantir aos trabalhadores a estabilidade no emprego, um plano de obras públicas que assegure emprego a todos, assim como aumentos salariais.

Para construir uma real alternativa dos trabalhadores é preciso manter a independência política diante dos governos burgueses de nosso continente.

Eduardo Almeida Neto - da Direção Nacional do PSTU e Editor do Opinião Socialista

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

E a Palestina...

Hoje é o dia do meu aniversário, mas não é por isso que a vida parou... Entrando no Portal do PSTU hoje a noite poucos momentos antes de ir para o 3º Ato das comemorações de aniversário mais impessoais que eu já tive, uma das poucas notícias novas era exatamente "Israel promove pior massacre na Faixa de Gaza em 40 anos".


Nesse post, vai logo abaixo algumas poesias que está no Especial sobre a Intifada Palestina no mesmo portal.


CARTEIRA DE IDENTIDADE
Mahmud Darwish

Registra-me
Sou árabe
O número de minha identidade é cinqüenta mil
Tenho oito filhos
E o nono...
virá logo depois do verão
Vais te irritar por acaso?

Registra-me
sou árabe
trabalho com meus companheiros de luta
em uma pedreira
tenho oito filhos

arranco das pedras
o pão, as roupas, os cadernos
e não venho mendigar em tua porta
e não me dobro
diante das lajes de teu umbral
vais te irritar por acaso?

Registra-me
Sou árabe
Meu nome é muito comum
E sou paciente
Em meu pais que ferve de cólera
Minhas raízes...
Fixadas antes do nascimento dos tempos

Antes da eclosão dos séculos
Antes dos ciprestes e oliveiras
Antes do crescimento vegetal
Meu pai...da família do arado
E não de família de senhores
E meu avô era camponês sem árvore genealógica
Minha casa
Um barraco
De canas e ramagens
Satisfeito com minha condição
Meu nome é muito comum
Registra-me
Sou árabe
Cabelos... negros
Olhos... castanhos
Sinais particulares
Uma hatta * e uma faixa na cabeça
As palmas ásperas como rochas
Arranharam as mãos que estreitam
E gosto do azeite de oliva e o tomilho

Meu endereço
Sou de um povo perdido... esquecido
De ruas sem nome
E todos os seus homens estão no campo e na pedreira
Vais te irritar por acaso?

Registra-me
Sou árabe
Tu me despojaste dos vinhedos de meu antepassados;
E da terra que cultivava
Com meus filhos
E não nos deixaste
Nem a nossos descendentes
Mais que estes seixos
Que nosso governo tomará também
Como se diz

Vamos!
Escreve
Bem no alto da primeira página
Que eu não odeio os homens
Que não agrido ninguém
Mas... se me esfomeiam
Como a carne de quem me despoja
E cuida-te
De minha fome
E minha cólera

Mahmud Darwish
De Folha de Oliveira.


ESPERANÇA
Mahmud Darwish

Enquanto em vossos pratos haja um pouco de mel
Espantem as moscas dos pratos
A fim de consevrar o mel
Enquanto haja cachos de uva nos vinhedos
Expulsem as raposas
Ó guardiães de vinhedos
A fim de que amadureça a uva
Enquanto fique em suas casas
Uma toalha... e uma porta
Protejam do vento os pequenos
A fim de que os filhos durmam
Vento... frio... fechem as portas
Enquanto em suas artérias haja sangue
Não o dilapidem
Pois em vocês há recém-nascidos...
Enquanto haja fogo na lareira
E café... e uma braçada de lenha.

Poemas de Mahmud Darwish

sábado, 27 de dezembro de 2008

Devaneios e coisas sérias por Fabiano Santos



Pois é, aqui estou com mais uma postagem... Aqui no blog que particularmente neste mês se tornou um parceiro inseparável (para constatar isso, basta comparar o volume de postagens do mês que estamos com os outros do ano que teima em não acabar).

Final de 2008, todo mundo esperando o próximo ano, no meu caso espero que (como todos os anos) meu aniversário chegue antes, isso mesmo, daqui a aproximadamente três dias eu faço aniversário e efetivamente chego aos meus 26 anos de vida... Digo efetivamente por que na prática já é isso que rola, a final já se passaram 362 dias desde que eu fiz o último, não vão ser os três dias que faltam que de fato vão me deixar mais velho.

Mas enfim, ano de muitas comemorações (assim como todos) veja só, terminou o ano de 2007 e já no primeiro dia de 2008 as pessoas começam a fazer uma série de comemorações, comemoram tudo, o primeiro beijo do ano, o primeiro porre do ano (que na prática começou no ano anterior), a primeira trepada, a primeira briga com a namorada (que logo depois que lembram que é a primeira do ano tratam logo de terminar a briga e comemorar), o primeiro mergulho no mar e logo depois o primeiro mergulho na piscina, o primeiro brinde, o primeiro telefonema, enfim... As pessoas parecem envoltas a um frenesi sem fim, como se a vida tivesse recomeçado, algo tipo o eterno retorno, falo tipo mesmo, por que não quero aqui com esse post terminar por fazer uma grandiosa discussão filosófica, mas apenas me servir de uma frase... As pessoas fazem todas as merdas possíveis durante ano, e assim que acaba parece que a vida recomeça pra voltar a fazer todas as merdas de novo, e o pior jurando para si mesmo que "esse ano vai ser tudo diferente".

Depois disso tudo no primeiro dia do ano, tudo volta à normalidade, aqueles que pararam de fumar, voltam no dia seguinte, as brigas de namorados voltam e não tem motivos pra parar, mas vejam só meus caros, as comemorações voltam a tona, é dia das mães, dos pais, dos namorados, carnaval, páscoa, são João, são Pedro e todos os outros santos possíveis de se imaginar(por que tem aqueles que nem com a imaginação mais fértil do mundo você consegue imaginar que existe, tipo Santa Maria das Virgens de Tangamandápio), se não for ano de Olimpíadas é ano de Copa do Mundo, se não for ano de Copa América inventam qualquer coisa...(tenho quase certeza que vai acontecer igualzinho neste ano que esperamos começar pontualmente no minuto posterior às 23:59h do dia 31/12/2008)

Pois bem, eu sou uma criatura como outra qualquer e faço planos para o ano que vêm:

1. ter a primeira viagem do ano no primeiro dia do ano;
2. Fumar menos de repente até parar;
3. estudar de verdade pra ver se minha formatura finalmente sai;
4. O Timão voltou e junto com ele veio o Ronaldão (já foi dinho um dia), torcer que nem um louco pra ver o curinthians ganhar o brasileirão mais uma vez;
5. Torcer mais ainda pra que a classe operária se movimente de uma vez e faça o "espectro do comunismo" rondar não só a Europa mais o mundo inteiro;
6. Que a crise se aprofunde e vejamos mais e mais mobilizações como estamos vendo na Grécia, na Itália, nos EUA, etc...
7. Que finalmente vejamos os ricos pagando por uma crise do capital;
8. Que Obama seja desmascarado o mais rápido possível coma força dos operários norte-americanos;
9. Que Ana Dayse (reitora da UFAL) tome tenência na vida e peça sua renúncia, se arrependendo de todas as sandices cometidas contra o Movimento Estudantil da UFAL e contra a própria UFAL;
10. que eu continue escrevendo coisinhas pra colocar aqui no cantinho que lhes cabe.

Pois é, uma listinha básica se tudo isso acontecer pode crer que eu vou ficar feliz a vera...

Que venha 2009, com muita luta a ser feita, coisas a serem comemoradas, e bons jogos de futebol (hehe, Timão de novo na primeira) pra assistir com meus bons camaradas!

Fabiano Santos (e depois dizem que férias não atrofia o cérebro)

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Letras por John Lennon

Para uma tradução rápida(mas ruinzinha) para o Português, utilize o Google Traductor ao lado direito do Site!

Working Class Hero

As soon as you're born they make you feel small
By giving you no time instead of it all
Till the pain is so big you feel nothing at all
A working class hero is something to be
A working class hero is something to be

They hurt you at home and they hit you at school
They hate you if you're clever and they despise a fool
Till you're so fucking crazy you can't follow their rules
A working class hero is something to be
A working class hero is something to be

When they've tortured and scared you for twenty odd years
Then they expect you to pick a career
When you can't really function you're so full of fear
A working class hero is something to be
A working class hero is something to be

Keep you doped with religion and sex and TV
And you think you're so clever and classless and free
But you're still fucking peasants as far as I can see
A working class hero is something to be
A working class hero is something to be

There's room at the top they are telling you still
But first you must learn how to smile as you kill
If you want to be like the folks on the hill
A working class hero is something to be
A working class hero is something to be

If you want to be a hero well just follow me
If you want to be a hero well just follow me

Isolation

People say we got it made don't they know we're so afriad
we're afraid to be alone, everbody got to have a home
Isolation

Just a boy and a little girl
trying to change the whole wide world
Isolation

All the world is a little town
everybody trying to put us down
Isolation

I don't expect you to understand
after you caused so much pain
But the again you're not to blame
your just a human, a victim of the insane

We're afrain of everyone, afraid of the sun
Isolation

The Sun will never disappear
but the world my not have many years
Isolation


Imagine

Imagine there's no heaven
It's easy if you try
No hell below us
Above us only sky

Imagine all the people
Living for today

Imagine there's no countries
It isn't hard to do
Nothing to kill or die for
And no religion too

Imagine all the people
Living life in peace
You may say,
I'm a dreamer
But I'm not the only one
I hope some day
You'll join us
And the world will be as one

Imagine no possessions
I wonder if you can
No need for greed or hunger
A brotherhood of man

Imagine all the people
Sharing all the world

You may say,
I'm a dreamer
But I'm not the only one
I hope some dayYou'll join us
And the world will be as one

Give Peace A Chance

Two, one two three four
Ev'rybody's talking about
Bagism, Shagism, Dragism, Madism, Ragism, Tagism
This-ism, that-ism, is-m, is-m, is-m.
All we are saying is give peace a chance
All we are saying is give peace a chance

C'mon
Ev'rybody's talking about Ministers,
Sinisters, Banisters and canisters
Bishops and Fishops and Rabbis and Pop eyes,
And bye bye, bye byes.

All we are saying is give peace a chance
All we are saying is give peace a chance

Let me tell you now
Ev'rybody's talking about
Revolution, evolution, masturbation,
flagellation, regulation, integrations,
meditations, United Nations,
Congratulations.

All we are saying is give peace a chance
All we are saying is give peace a chance

Ev'rybody's talking about
John and Yoko, Timmy Leary, Rosemary,
Tommy Smothers, Bobby Dylan, Tommy Cooper,
Derek Taylor, Norman Mailer,
Alan Ginsberg, Hare Krishna,
Hare, Hare Krishna

All we are saying is give peace a chance
All we are saying is give peace a chance.


Happy Xmas (War Is Over)

So this is christmas
And what have you done
Another year over
And new one just begun

And so this is christmas
I hope you have fun
The near and the dear one
The older and the young

A very merry christmas
And a happy new year
Let's hope it's a good one
Without any fear

And so this is christmas (war is over...)
For weak and for strong (...if you want it)
The rich and the poor one
The world is so wrong

And so happy christmas
For black and for white
For the yellow and red one
Let's stop all the fight

A very merry christmas
And a happy new year
Lets hope it's a good one
Without any fear

And so this is christmas
And what have we done
Another year over
And new one just begun...

And so happy christmas
We hope you have fun
The near and the dear one
The older and the young

A very merry christmas
And a happy new year
Let's hope it's a good one
Without any fear

War is over - if you want it
War is over - if you want it
War is over - if you want it
War is over - if you want it

God

God is a concept,
By which we measure
Our pain.
I'll say it again.
God is a concept,
By which we measure
Our pain.
I don't believe in magic
I don't believe in I-Ching
I don't believe in Bible
I don't believe in Tarot
I don't believe in Hitler
I don't believe in Jesus
I don't believe in Kennedy
I don't believe in Buddha
I don't believe in Mantra
I don't believe in Gita
I don't believe in Yoga
I don't believe in Kings
I don't believe in Elvis
I don't believe in Zimmerman
I don't believe in Beatles
I just believe in me
Yoko and me
And that's reality.
The dream is over,
What can I say?
The dream is over
Yesterday
I was the dreamweaver,
But now I'm reborn.
I was the walrus,
But now I'm John.
And so dear friends,
You just have to carry on
The dream is over.

John Lennon

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

É preciso avançar na construção do Congresso Nacional de Estudantes!

O Movimento Estudantil(ME), nos últimos anos, voltou a ocupar lugar de destaque nas mobilizações das forças populares em nosso país. Efetivamente é a partir do primeiro semestre de 2007, com a ocupação da USP e da greve das estaduais paulistas que o ME atinge um patamar superior de mobilizações em detrimento ao que vinha ocorrendo desde a década de 1990 e mais da metade da década de 2000.


No último período, o ME se enfrentou com as suas direções tradicionais(UNE), forjou ferramentas como a CONLUTE(Coordenação Nacional de Lutas dos Estudantes) e a FLCRU(Frente de Luta Contra a Reforma Universitária), essa última foi a ferramenta capaz de alavancar mobilizações, onde várias delas foram vitoriosas, fazendo que os estudantes ampliassem sua consciência da necessidade de lutar. Essa mesma ferramenta mostrou claros sinais de limites, e a necessidade cada vez maior da construção de um processo onde a base do ME possa, de fato, decidir seus rumos.

Não acreditamos que seja o Congresso da UNE o espaço em que a partir da construção coletiva, o ME sintetizará uma pauta em que coloque os estudantes num patamar superior de lutas e organização ao que chegamos em 2007 e 2008, por isso a necessidade de construir uma outra ferramenta alternativa às tradicionais e o Congresso Nacional de Estudantes é parte disso, assim como a proposta de construção de uma alternativa à própria UNE.


A construção do Congresso Nacional de Estudantes, passa pro envolver todos e todas os/as ativistas que construíram as mobilizações recentes, porém sabemos que tem setores(e esse foi um dos motivos da derrocada da FLCRU) que preferem segurar o osso do que correr atrás de carne nova, ou sejam, se preocupam mais em manter a estrutura da UNE intacta do que construir uma alternativa de luta a essa entidade e sua direção burocrática e comprometida com os interesses do governo e mais do que isso do regime político e do próprio Estado burguês.


A vida anda cada vez mais difícil na aldeia... Mobilizações acontecem de um lado, mas de outro a repressão e criminalização do ME e Movimentos Sociais também avança, são sindicalistas sendo demitidos, pancadaria por parte da polícia(vide ato na ANP), seguranças das universidades fazendo a vezes de Polícia política das reitorias e dos REItorados, sem falar da violência no campo.


Avançar na construção do Congresso Nacional de Estudantes e por conseqüência na construção de uma alternativa à (des)União Nacional dos Estudantes, é fazer avançar a luta e organização dos estudantes, dos trabalhadores e dos setores mais oprimidos e explorados da nossa sociedade... é fazer avançar a construção de um plano de lutas que nos leve a junto com os trabalhadores trabalhadoras avançar na luta direta contra a exploração do homem pelo homem, na luta direta contra o desemprego que já começa a atingir diversas camadas da classe operária brasileira, é fazer avançar a luta maior por uma sociedade socialista!


Fabiano Santos – Coordenador doDCE/UFAL, do CASS/UFAL e militante do PSTU/LIT-QI




domingo, 21 de dezembro de 2008

Aos Leitores Amigos


Poeta não podem calar-se,
Querem às turbas mostrar-se.
Há de haver louvores, censuras!
Quem vai confessar-se em prosa?
Mas abrindo-nos sob a rosa
No calmo bosque das musas.

Quanto errei, quanto vivi,
quanto aspirei e sofri,
Só flores num ramo --- aí estão;
E a velhice e a juventude,
E o erro da virtude
Ficam bem numa canção

Goethe

A bomba suja

Introduzo na poesia

A palavra diarréia.
Não pela palavra fria
Mas pelo que ela semeia.

Quem fala em flor não diz tudo.
Quem me fala em dor diz demais.
O poeta se torna mudo
sem as palavras reais.

No dicionário a palavra
é mera idéia abstrata.
Mais que palavra, diarréia
é arma que fere e mata.

Que mata mais do que faca,
mais que bala de fuzil,
homem, mulher e criança
no interior do Brasil.

Por exemplo, a diarréia,
no Rio Grande do Norte,
de cem crianças que nascem,
setenta e seis leva à morte.


É como uma bomba D
que explode dentro do homem
quando se dispara, lenta,
a espoleta da fome.

É uma bomba-relógio
(o relógio é o coração)
que enquanto o homem trabalha
vai preparando a explosão.

Bomba colocada nele
muito antes dele nascer;
que quando a vida desperta
nele, começa a bater.

Bomba colocada nele
Pelos séculos da fome
e que explode em diarréia
no corpo de quem não come.

Não é uma bomba limpa:
é uma bomba suja e mansa
que elimina sem barulho
vários milhões de crianças.

Sobretudo no nordeste
mas não apenas ali
que a fome do Piauí
se espalha de leste a oeste.

Cabe agora perguntar
quem é que faz essa fome,
quem foi que ligou a bomba
ao coração desse homem.

Quem é que rouba a esse homem
o cereal que ele planta,
quem come o arroz que ele colhe
se ele o colhe e não janta.

Quem faz café virar dólar
e faz arroz virar fome
é o mesmo que põe a bomba
suja no corpo do homem.

Mas precisamos agora
desarmar com nossas mãos
a espoleta da fome
que mata nossos irmãos.

Mas precisamos agora
deter o sabotador
que instala a bomba da fome
dentro do trabalhador.

E sobretudo é preciso
trabalhar com segurança
pra dentro de cada homem
trocar a arma de fome
pela arma da esperança.


Ferreira Gullar

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

A herança

Assim Nixon comanda com napalm,
assim devasta raças e nações,
assim governa o triste Tio Sam:


com assassinos em seus aviões
ou com dólares verdes que reparte

entre politiqueiros e ladrões.


Chile, te colocou a geografia

entre o oceano e a primavera,

entre a neve e a soberania

e tem custado o sangue da gente
lutar pelo decoro. E a alegria
era delito em tempo precedente.

Recordam dos massacres miseráveis?
deixaram-nos a pátria malferida
a golpes de correntes e de sabres!


Pablo Neruda

1984: ANO 1, ERA DE ORWELL

enquanto os mortais
aceleram urânio
a borboleta
por um dia imortal
elabora seu vôo ciclâmen


v


uma dança
de espadas


esta
escrita
delirante

lâminas cursivas

a lua
entre dois
dragões

com uma haste
de bambu
passar
por entre lianas
sem desenredá-las


Haroldo de Campos

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Hai-kais por Alice Ruiz

"à beira do insuportável
essa qualidade rara
ser insubordinável "

"roubaram a casa
as moscas ficaram
às moscas "

"quem ri quando goza
é poesia
até quando é prosa"


"fim de tarde
depois do trovão
o silêncio é maior"

"diante do mar
três poetas
e nenhum verso"

"lembra aquele beijo
corpo alma e mente?
pois eu esqueci completamente"

"sob a folha verde escura
a folha verde clara
trêmula dissimula"

"varal vazio
um só fio
lua ao meio"

"você deixou tudo a tua cara
só pra deixar tudo
com cara de saudade"

"the forget-me-not is blooming
but the things of long ago
how can I forget them?"*

"mal me quer
coisas de antes
quem não quer"*

"névoa na estrada
à beira de um sonho
um trem para Praga"

Alice Ruiz
*Do livro Dez Haiku - Tradução de Alice Ruiz

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Poesias por Leminsk

en la lucha de classes

en la lucha de classes
todas las armas son buernas
piedras,
noches
poemas


Quero a vitória...


quero a vitória
do time da várzea

valente
covarde

a derrota
do campeão

5 X 0
em seu próprio chão

circo
dentro
do pão


Manchete


CHUTE DE POETA

NÃO LEVA PERIGO À META


Um bom poema


um bom poema

leva anos

cinco jogando bola,

mas cinco estudando sânscrito

seis carregando pedra,

nove namorando a vizinha,

sete levando porrada,

quatro andando sozinho,

três mudando de cidade,

dez trocando de assunto,

uma eternidade, eu e você,

caminhando junto.


Eu queria tanto


eu queria tanto

ser um poeta maldito,

a massa sofrendo

enquanto eu profundo medito


eu queria tanto

ser um poeta social

rosto queimado

pelo hálito das multidões


em vez

olha eu aqui

pondo sal

nesta sopa rala

que mal vai dar pra dois


Podem ficar com a realidade


podem ficar com a realidade

esse baixo astral

em que tudo entra pelo cano


eu quero viver de verdade

eu fico com o cinema americano



Paulo Leminski




segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

pequena notícia rápida...

A repressão da polícia contra os estudantes de Santos em luta continua existindo. Depois de levar cerca de 30 estudantes pro 7º DP os estudantes foram impedidos de panfletar na porta da universidade. Um estudante tem seu cartão bloqueado e foi impedido de entrar na universidade que estuda, ou tenta, pois soube ali que tinha sido expulso da universidade.
Na hora da panfletagem, chegou três viaturas políciais que impediu não só a panfletagem, como também impediu estudantes de entrarem na universidade para fazerem suas provas finais.
Os estudantes presentes na ocupação são vigiados até mesmo quando estão em bares, em atividades que nada tem haver com a luta estudantil...
Coloco aqui, novamente, a minha solidariedade!
Fabiano Santos

O mundo está mesmo de ponta cabeça?!?

Nesta conjuntura vemos várias pessoas humildes, “intelectuais”, intelectuais, antigos e novos militantes, pessoas que só querem saber da mesa do bar, executivos e operários, perplexos, uma frase muito comum de ser ouvida nos últimos dias de 2008 é, “esse mundo está cabeça pra baixo”.

Desde a crise de 2001 a América Latina vive convulsões sociais, que derrubaram vários presidentes (Argentina, Bolívia, Equador), uma tentativa de golpe na Venezuela que foi derrotada pelas massas e essa conjuntura que permite eleger presidentes como Kirchner na Argentina, Chavez na Venezuela, Lula no Brasil, Correa no Equador, e todos os outros governos de Frentes Populares e/ou Nacionalistas burgueses, no nosso continente.

Esses governos representam em maior ou menor medida mediações distorcidas da realidade, pois são encarados pelas massas trabalhadoras como produtos finais de uma vitória sua, mas na verdade são mediações do capital para evitar uma derrota ainda maior, a contradição se expressa então por que de um lado os trabalhadores enxergam esses governos como seus, mas esses mesmos governos traem as verdadeiras necessidades da classe e governam para a burguesia, é exatamente essa característica que leva a tanta confusão à classe trabalhadora sobre o verdadeiro caráter desses governos.

A crise de 2001 foi uma crise como um potencial destrutivo (no sentido de destruição de forças produtivas, e do nível de vida das massas) muito menor do que essa que vivenciamos no momento, mesmo assim gerou as guerras do Afeganistão e do Iraque, que gerou grandes revoltas em todo o Oriente Médio, além de gerar as movimentações na América Latina como já vimos. Além disso a consciência anti-imperialista também foi ampliada em todo o mundo.

Agora em 2008, vivemos a maior crise desde o grande craque da bolsa de Nova York em 1929, o proletariado norte-americano, o primeiro a sofrer com a crise, já mostra alguns sinais de mobilizações, seja a greve de mais de 50 dias dos operários da Boeing, seja a recente ocupação de fábrica em Chicago, são sinais que podem confluir em mobilizações muito maiores. Na Itália estudantes e professores promoveram manifestações com mais de 200.000 pessoas, na Espanha os operários não ficaram calados frente ao desemprego e várias manifestações ocorreram, agora na Grécia, manifestações ocorrem durante 10 dias seguidos.

Por conta de toda essa conjuntura, existe um deslocamento para a esquerda na consciência das massas trabalhadoras em vários lugares, isso permitiu, por exemplo, a eleição de Obama nos EUA, e permitiu também que o mesmo apoiasse os trabalhadores da fábrica ocupada em Chicago, não que o governo Obama seja uma Frente Popular ou um governo nacionalista burgues, pois o mesmo é de um partido burgues tradicional dos EUA, mas tras esperanças e confusões quase do mesmo modo.

Mais recentemente, vimos o Rafael Correa decretar uma “meia moratória”(apelido que eu dei pra moratória de parte da dívida do Equador), dizendo que não tem mais dinheiro para pagar o total da dívida. Essa é mais uma medida que vai ampliar as ilusões dos trabalhadores, a final essa é uma bandeira histórica da esquerda mundial(o não pagamento da dívida) que o Correa coloca em prática pela metade, e ainda assim, não para que as necessidades do povo trabalhador equatoriano fossem minimamente garantidas, mas por que não tem dinheiro para continuar pagando religiosamente ao imperialismo. Sendo assim, se paga o que pode, mas segue pagando.

A perplexidade no nosso meio é tamanha, que diante dos enfrentamentos com os movimentos sociais, esses governos costumam até radicalizar mais na repressão, assim vemos o Governo Lula ou agir diretamente colocando a PF dentro das universidades, ou fecha os olhos frente as ações dos governos estaduais contra o conjunto dos movimentos sociais. A repressão existe também na Venezuela, no Chile e nos diversos países onde esses governos estão instalados, mostrando a verdadeira face desses governos, mesmo assim as maiorias dos trabalhadores seguem apoiando os mesmos e eles continuam seguindo os planos da burguesia internacional.

Além disso, o papel que a maioria das entidades e grupos políticos forjados nas lutas dos trabalhadores jogam frente a esse governo é completamente nocivo, costumam apoiar completamente os governos, dizendo sempre que os mesmos são progressistas, ou que na verdade temos que ter paciência, ampliando mais ainda as ilusões e o poder de controle das Frentes Populares ao conjunto dos trabalhadores, esse é o papel que vemos o PT, a CUT, a UNE e até o próprio MST cumprir frente ao governo Lula, assim como setores do PSOL cumprem o mesmo papel frente ao governo Chaves e Morales, com a desculpa que esses governos são mais a esquerda, e atendem as reivindicações dos trabalhadores.

Diante disso tudo, penso que já posso responder à pergunta do título do texto. Não, o mundo não está de ponta cabeça. Está exatamente onde ele deveria estar levando em conta que vivemos numa sociedade onde o Modo de Produção hegemônico é o Capitalista. A crise econômica faz parte do ciclo capitalista, assim como as mobilizações que o mundo enfrenta, na verdade desde 2001, e parece ser que a tendência é que se ampliem por conta da crise atual, também faz parte do cenário desse Modo de Produção. Os governos que dizem ser de esquerda é mais um elemento fortemente usado durante o século XX, assim como a traição de direções em outros momentos combativas. Tudo isso faz parte do tipo de sociedade que humanidade construiu na sua história(ou na sua pré-história já diria Marx na Ideologia Alemã).

A única alternativa verdadeira para os trabalhadores e pra maioria da humanidade é a superação desse modo de produção e a construção do socialismo, pra se ter uma idéia a URSS durante a crise de 1929(a maior até agora vivenciada pela humanidade no Modo de Produção Capitalista) não foi atingida pela crise, mesmo a burocracia já tendo iniciado todo o processo de degeneração e burocratização do Estado Operário Soviético, depois da revolução de 1917.
Inverter completamente as relações que vivemos hoje, sejam elas economicas, sociais ou culturais, é fundamental. A humanidade e o planeta não pode resistir eternamente às relações de produção e superexploração, que existem na atualidade, onde a lógica da produção é o lucro e não a satisfação das necessidades da humanidade.

O mundo segue como estava e para sairmos do buraco cada vez mais fundo(o caminho para a bárbarie) que a burguesia colocou a humanidade é mais do que nunca necessário que a classe operária coloque o mundo, dessa vez de verdade, de ponta cabeça.

Fabiano Santos - estudante de Serviço Social da UFAL

Ainda sobre mudanças...

Então, pessoas, na semana passada eu iniciei uma série de testes no blog, com o intuito de dar uma cara nova para o mesmo, dessa forma os leitores e as leitoras que acompanham o blog desde 2007 e durante todo o ano de 2008, perceberam algumas delas...

Bom, sobre a cor do fundo, larguei de mão o preto e curti esse cinza aí, as mudanças nas cores das fontes vem no sentido de se adequar as novas cores do blog, deixando de ter essa coisa meio teletubbie(nas palavras do Mário em comentário no post anterior sobre mudanças)...

À época que criei o blog, não existia a lista de blog, esssa lista foi add agora e dar pra ter um acompanhamento melhor das atualizações dos blogs linkados no meu, sem falar que segue existindo a lista de links para outros sites, por motivo de preguiça não foram adicionados novos sites, talvez nas férias isso aconteça.

Sobre os contadores, existem dois contadores no site, o que o número mostra, na verdade númera quantas páginas foram visitadas, o do histats, tem informações mais detalhadas, quem tiver curiosadade de mecher nos contadores vai perceber que existem diferenças entre os números mostrados, isso acontece por que às vezes os servidores do mesmo por algum motivo não funciona e a contagem funciona com base em dados diferentes, por isso resolvi colocar os dois.

Informação especial para o Mário e para os novos visitantes do blog... no início o blog tinha como único intuito postar poesias que tinha a ver com a luta social, eu concordando ou não com o conteúdo delas, em 2008 comecei a postar textos meus também, portanto a descrição do blog logo no cabeçalho do mesmo segue sendo válido, a saber: "Esse é um Blog cujo interesse é socializar Poesias, Poemas, Poetas e Poetisas, assim como alguns fatos que acontecem na nossa sociedade", na da de futebol, shows e coisas que eu curto mas não tem haver diretamente com a função inicial do mesmo.

No mais, a maioria dos posts que eu escrevo, digito diretamente, no espaço de postagem(exatemente como esse), e não os corrijo por preguiça e total falta de saco, por tanto espero que me perdoem pelos erros de digitação, de concordância, falta de acento, etc.

por enquanto é isso... abs

Ah as primícias

Ah as primícias / como envelheceram
como o azar se converteu em castigo
como o futuro se esvaziou de pobres
como os prêmios colheram prêmios
como desamoraram os amores
como a façanha terminou em suspeita
e os oráculos emudeceram

tudo afunda na névoa do esquecimento
porém quando essa névoa se dissipa
o esquecimento está cheio de memória
Mário Benedetti - poeta uruguaio
A tela é o Operário de Sigaud de Eugenio Sigaud

domingo, 14 de dezembro de 2008

Fronteiras

Os corações
[assim como as pátrias]
não deviam ter fronteiras.

Queria explodi-las
em suspiros, gozo e anátemas
para que de tantos pedaços
brotassem outras centenas.

Os corações
[assim como as pátrias]
não deviam ter fronteiras...

mas têm.


Mauro Iasi

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

A Escravidão*

Se Deus é quem deixa o mundo
Sob o peso que o oprime,
Se ele consente esse crime,
Que se chama a escravidão,
Para fazer homens livres,
Para arrancá-los do abismo,
Existe um patriotismo
Maior que a religião.
Se não lhe importa o escravo
Que a seus pés queixas deponha,
Cobrindo assim de vergonha
A face dos anjos seus,
Em seu delírio inefável,
Praticando a caridade,
Nesta hora a mocidade
Corrige o erro de Deus!...

Tobias Barreto - Jurista, filósofo e poeta sergipano do Século XIX, hoje da o nome a sua cidade natal(à época chamada de Campos do Rio Real)

* Poema do Livro Dias e Noites

A imprensa e as mobilizações na Grécia

Aqui estou de novo, e peço desculpas por que mais uma
vez vou tratar de alguma coisa relativa à crise econômica, mas dessa vez pra tentar desfazer alguns entendimentos que a Imprensa tenta levar sobre os últimos acontecimentos, ocorridos do outro lado do Atlântico, mas precisamente na Grécia.

Esse país presencia sete dias seguidos de manifestações, com uma greve geral que paralisou todo o país por 24 horas, e a imprensa quer nos levar crer que tudo isso acontece por conta da morte de um estudante a partir de um tiro desferido pela polícia, não que a morte de uma pessoa seja um assunto de menor importância, mas o fato é que manifestações tão massivas nunca existiram por conta da morte de um pessoa, talvez isso tenha sido a gota d’água que faltava, ou a faísca que gerou o incêndio, mas o fato é que pra que isso acontecesse, ou as condições postas para que o incêndio já existiam ou o copo já estava cheio e com a gota que faltava... Transbordou.

O mundo está sacudido pela crise, todos os países em maior ou menor medida estão sendo afetados pela crise, do Japão aos EUA, da China ao Brasil, da África à União Européia, isso não obviamente não é diferente com a Grécia.

O Jornal da Globo, faz uma chamada dizendo, “Grécia atravessa sete dias de protestos consecutivos por conta de morte de estudante.”, na verdade não só a Globo, mas o conjunto da Imprensa burguesa nacional e internacional, tentam explicar isso a partir da morte de um estudante, e não leva em consideração uma coisa, esse estudante foi morto em uma manifestação, que obviamente ocorria antes da morte dele.

A Espanha, Itália e França já tinham presenciado manifestações por conta da crise, e a Grécia desde que aderiu à União Européia, amarga índices de desenvolvimento social cada vez menores, a taxa de desemprego crescente, e os baixos salários, são cada vez mais pressionados por conta da crise, a juventude até os 30 anos de idade ganham salários que não passam dos 700 Euros, que para a realidade européia é um salário de fome.

Aí está o verdadeiro motivo das manifestações que sacode a Europa e nesse momento a Grécia, e aí está também a lição que os europeus estão nos dando de como lidar com a Crise.

Na Espanha os operários da Nissan fizeram grandes manifestações, na Itália, os estudantes e professores conseguiram mobilizar o conjunto da sociedade contra a reforma educacional e o corte de vagas na educação, e por outro lado a doação de verbas para as empresas promovida pelo governo Berlusconi, esse exemplo chega à América a partir dos EUA, primeiro com a greve vitoriosa de mais de 50 dias dos operários da Boing, e agora com a ocupação da fabrica da Republic Windows and Doors, em Chicago, que já dura 5 dias após a sua falência.

Esse é o caminho para lidar contra a crise e o desemprego, operários e estudantes do mundo inteiro se mobilizam...

Mais informações no portal do PSTU

Fabiano Santos - Coordenador Geral do CASS/UFAL, Coordenador de Assistência Estudantil do DCE/UFAL e militante do PSTU/LIT-QI

Mais um capítulo... lamentável da democracia burguesa!

Ontem, logo cedo, fui acordado por um telefonema de outro estado, às 6:30 da manhã. Naquele estágio em que a pessoa não sabe se esta dormindo ou acordado, olhei pro telefone e, diferente do que eu costumo fazer nessas ocasiões, resolvi atender ao telefone...

- Fabiano, a Tropa chegou por aqui!(uma voz com um pouco de aflição)
(eu ainda mais dormindo que acordado) - Putz!
- Manda e-mail pras listas nacionais!
-Minha casa ta sem energia, mas eu vou tentar ligar por povo e ver o que eu posso fazer!
E a partir disso eu não mais consegui dormir, pensando em como estava se dando as coisas na ocupação, ou na verdade nesse momento na desocupação da Unisantos.

A Tropa chegou, e tirou à força os estudantes que se encontravam na mantenedora, utilizando alguns instrumentos, que eu nunca vi a PM (ou qualquer setor dela) utilizar contra bandidos, como por exemplo, gás de pimenta, gás lacrimogêneo, instrumentos típicos da repressão à Movimentos(na linguagem policial, os famosos Baderneiros), além disso levaram cerca de 25 estudantes pro 7º DP..

O uso da força policial, e o uso de instrumentos próprios pra determinadas situações mostram de que lado está a nossa linda democracia, exatamente do lado dos burgueses, dos patrões, dos tubarões do ensino (no caso a Igreja Católica), enfim, daqueles que naquela pirâmidezinha social que estudamos lá na 4º série, estão localizados mais exatamente no topo.

Esse episódio, na verdade é mais um capítulo da repressão crescente aos movimentos sociais. Seja o governo federal, seja os governos estaduais, ambos reprimem duramente os Movimentos sindical, popular e estudantil... Seja com a PM arrastando estudantes, seja demitindo lutadores e lutadoras, seja acobertando as milícias armadas dos grandes latifundiários no campo, em todas as situações o que vemos na verdade é o governo agindo diretamente ou se omitindo de determinadas situações e por tanto sendo conivente com a repressão hoje instaurada no dito Estado Democrático de Direito (como já falei em algum lugar, prefiro chamar isso de Ditadura da burguesia sobre os trabalhadores)

Deixo aqui a minha solidariedade aos estudantes da Unisantos, além do conjunto de lutadores e lutadoras que através dessa ação consciente do Estado burguês são reprimidos nas lutas e no cotidiano!

A luta não para na repressão, ao contrário, segue com laço mais forte, temperado no enfretamento, não só com a Igreja Católica(no caso da Unisantos), mas diretamente contra o Estado.
Visitem: http://www.blogdoces.org/

Fabiano Santos – é Coordenador geral do CASS/UFAL, Coordenador de Assistência do DCE/UFAL, e militante do PSTU/LIT-QI

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Sobre mudanças... São só um teste

Então gente quem ta visitando agora o Poesia & Luta, eu to fazendo uns testes enquanto eu estou na UFAL, quando chegar em casa é que irei decidir se permance como está, se volta ao normal, ou se muda tudo de vez...

Só pra saber mudou as cores, tem um contador, um link de inscrição de RSS, e os marcadores, para facilitar as buscas no blog por tema! Aos poucos eu vou aprendendo a mecher nas novas tecnologias, rs e aperfeiçoando o blog, pra isso é preciso fazer testes, errar, acertar, mudar, voltar, avançar, enfim...rsrs

enquanto isso, leitores e leitoras, estamos abertos a sugestões, rs

Há braços!!!

Fabiano

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Dedução

Não acabarão nunca com o amor,
nem as rusgas,
nem a distância.
Está provado,
pensado,
verificado.
Aqui levanto solene
minha estrofe de mil dedos
e faço o juramento:
Amo
firme,
fiel
e verdadeiramente.

Vladimir Mayakovsky

domingo, 7 de dezembro de 2008

Sobre a crise economica, a Classe Operária e o Movimento Estudantil

A partir do final de 2007, vivemos uma crise econômica, que aumenta o seu potencial destrutivo e portanto agravada pela crise financeira mundial.

O Governo Lula, que sempre seguiu a cartilha do mercado e de suas agências e organismos, disse que a economia brasileira estava preparada para a crise, que a crise era apenas "uma marolinha", representantes do governo e do PT, dizem que o Brasil é vanguarda na economia, e que é dos países em desenvolvimento que saíra a solução pra crise, ou seja, para o PT e para o governo estamos vivendo uma grande festa da economia, estamos no rumo certo...

Ao contrário dessas fábulas fantasiosas(me desculpem mas não resisti à sutil redundância), com o passar dos dias temos visto o Brasil começar a pagar o seu preço pela crise. Isso já era de se esperar, afinal essa crise não é apenas uma crise de confiança, financeira, ou qualquer coisa que o valha, é uma velha crise cíclica do capital, a famosa crise de superprodução, e me parece que os detentores da maior economia do mundo, não iriam querer pagar sozinhos pela crise, nesse sentido os “EUA, como principal economia do mundo, tem regalias que ajudam a enfrentar a crise. Por exemplo, detém o controle da moeda mundial, o dólar, que lhes dá a possibilidade de transferir parte do prejuízo para o mundo.”(Godeiro)*

Dessa forma vemos cada vez mais dólares saindo das filiais direto para a matriz, e os EUA “socializando” os prejuízos com a Europa e o resto do mundo, obviamente que o mundo globalizado não poderia deixar de globalizar com os países pobres e em desenvolvimento seus prejuízos.

Assim vimos na última semana a FIAT demitir 1000, a Vale 1300, e quase metade dos metalúrgicos entrarem em férias coletivas. O governo continua com a festa dos patrões, depois de ter liberado 180 bilhões para os banqueiros, de ter vetado os 2 bilhões da educação, segue liberando bilhões para montadoras, enquanto isso as mesmas seguem mandando seus lucros para a matriz, ou seja o governo financia o desemprego dos operários brasileiros.

Somente a classe operária pode nos oferecer uma alternativa!

A classe operária é a única classe que pode nos oferecer uma alternativa verdadeira à crise que vivenciamos na atualidade. Somente a movimentação dessa classe, pode fazer com que os ricos paguem por essa crise.

A maior parte da classe ainda confia no governo Lula, ao passo que setores do operariado brasileiro, começam a sentir na pele que a crise chegou. O desemprego deixou de ser apenas uma expectativa, para ser uma realidade, diante disso, o capital vai começar a desferir golpes e mais golpes na classe, dos quais o primeiro(e dos mais poderosos) foi a eleição de um ex-operário à presidência da república, causando ilusões gigantescas à imensa massa de explorados no Brasil.

Ao passo que, algumas importantes iniciativas começam a ser desenvolvidas, do lado de cá da trincheira na luta de classes, como o congresso internacional dos mineiros, convocado pela COB, e realizado em Huanuni, na Bolívia, ver site do ELAC ou a campanha contra o desemprego posta em prática pela CONLUTAS, infelizmente as outras centrais sindicais não se movem e levam os trabalhadores para uma derrota sem precedentes.

Aliança Operário-estudantil

Nós do movimento estudantil não podemos ficar parados apenas observando os trabalhadores e trabalhadoras perderem seus empregos, verem os direitos reduzidos a pó. Desde 2007 temos travado duras batalhas contra os governos e reitorias. A classe operária, começa a sentir o peso da crise cair nas suas costas, por outro lado, os estudantes iniciam algumas mobilizações, nas pagas contra o aumento da mensalidade, nas públicas a luta contra o Reuni continua.

É fundamental para que não sejamos nós estudantes e trabalhadores que paguemos pela crise, que unifiquemos as nossas forças. Temos que nos somar à luta contra o desemprego, contra a retirada de direitos, pois a reforma trabalhista já aparece na ordem do dia de novo, e olhando a história, essa é a principal forma de os capitalistas superarem suas crises, jogar nas costas da classe trabalhadora seus prejuízos.

Não podemos olhar pra frente e continuar encastelados nas nossas universidades como se nada tivesse ocorrendo, chegou a hora, a maior crise econômica desde 1929, se continuarmos isolados no nosso mundo acumularemos derrotas, e o casse operária sofrerá um revéz que nos arrastará junto com ele.

Devemos estar presentes em cada ato, em cada assembléia, em cada manifestação, devemos convidar a classe operária para as nossas manifestações, marchar lado a lado, ombro a ombro com o proletariado, para fortalecer a luta por uma alternativa de verdade, e essa alternativa não pode ser concebida nos marcos da sociedade capitalista, e isso somente nos aliando fortemente à classe operária podemos construir.

Devemos olhar pra trás e seguir os variados exemplos como o Maio Francês de 1968, onde os estudantes batiam às portas das fabricas operárias em busca do seu apoio, e ali se construiu um dos mais belos momentos da luta de classes mundial!

Fabiano Santos – é Coordenador Geral do CASS/UFAL, Coordenador de Assistência Estudantil do DCE/UFAL e militante do PSTU

*Godeiro, Nazareno. A iminente crise dos países 'emergentes' aprofundará a recessão mundial. Opinião Socialista. Ano XII - nº 362

100 em três dias...


gente desde que eu coloquei um contador no Blog, tive uma feliz surpresa, nesse momento estamos no 94º acesso, o que significa que podemos chegar a 100 acessos em três dias, muito sinceramente nunca imaginei que o blog tivesse mais de 30 visitas por dia, o que, pelo carater do blog, e pelo pouco que eu costumo atualizar considero muito. Me faz crer que esse blog aos poucos vai se tornando um pequeno instrumento na luta por uma sociedade igualitária e socialista.

Muito obrigado pelas visitas,

Abraços

Fabiano

Sobre a Crise Econômica, a Luta Estudantil, Ocupações, e Criminalização dos Movimentos Sociais.

A Luta nas públicas...

Desde 2007 temos visto uma série de mobilizações estudantis, a ocupação da USP deu início a uma série sem precedentes na história recente do Movimento Estudantil brasileiro, ainda no primeiro semestre ocorre uma série de ocupações, como na UFAL, UEFS, e em outras universidades. A própria ocupação da USP, também foi seguida de ocupação e greve nas demais estaduais paulistas, os estudantes começavam a se libertar do burocratismo em que havia se metido desde o início dos anos 90, por conta dos rumos que a UNE tomava desde lá.

O segundo semestre de 2007, inicia, com novas ocupações, dessa vez as ocupações foram mais políticas, se chocaram diretamente com o governo Lula, e as instituições como a UNE, braço direito do governo no Movimento Estudantil, assim como com instituições do Próprio Estado Burguês, como a Polícia Federal, Militar, o Poder Judiciário, etc. A luta contra o Reuni, reafirmou métodos de luta radicalizados, e o novo momento do ME, antes muito confinados em reuniões que nadavam em nada, a experiência do primeiro semestre mostrou que só se muda algo, com muita luta, que pese a derrota parcial que tivemos, na luta contra o REUNI, mas isso por conta de alguns elementos que mais em baixo trataremos.

2008 entrou, e a luta continuou, a ocupação da UnB, contra a corrupção da reitoria, a denúncia direta do reitor, e a luta contra as fundações, deram a tônica, essa ocupação causou uma comoção semelhante à da USP, e não nacionalizou a luta, como fez a ocupação da USP, entre outros motivos, por que essa ocupação n]ao se chocou com o governo, e manteve pautas, que ao menos na aparência tinham pautas que diziam respeito apenas à UnB(aparência, por que os problemas vividos com corrupção(ativa e passiva), a questão das fundações, etc, atingem todas as Universidades Federais, com raras exceções). Mesmo assim, a pauta democrática da ocupação da UnB, levou outras a com o mesmo método ocuparem suas reitorias, exigindo mais democracia nos processos eleitorais das suas universidades.

E nas privadas...

Ainda em 2007, vimos lutas importantes acontecendo nas universidades privadas, a fundação Santo André, exigia a sua federalização, na PUC-SP a luta contra o Redesenho Institucional, também levou a reitoria da PUC a ser ocupada.

Em 2008, o Movimento Estudantil nas universidades privadas, entra em cena novamente, dessa vez por pautas econômicas, dessa forma a UNISANTOS tam a sede da sua mantenedora ocupada, e pautas como a luta contra o aumento das mensalidades, contra as demissões dos professores, etc, a crise econômica que já começa a mexer com a vida dos brasileiros, leva estudantes a se movimentar por pautas fundamentais em momentos de crise. Além da UNISANTOS, acaba de chegar o informe d que outras 4 universidades em São Paulo e uma no Rio Grande do Sul, estão em processos de lutas, contra o aumento das mensalidades.

Em comum

Existe em curso hoje, uma tentativa de tratar o Público como Privado, assim ocorreu na UFAL, em que uma das acusações que pesam dobre o Movimento Estudantil é de invasão de propriedade... Pasmem... PRIVADA, assim ocorre com assim ocorre com as famigeradas Fundações Estatais de Direito Privado, a confusão dessa forma está instalada e estamos a um passo de reconhecer o público como privado...

Outro ponto comum, que deriva da apropriação do Público como Privado, é exatamente a reação do Estado(ou seja dos governos e instituições repressoras do Estado, Polícias, etc) e das reitorias, a repressão.

Na universidades públicas, a luta contra o Reuni, exatamente por se chocar contra o governo, foi duramente reprimida pelos governos e reitorias, somente desta forma o Reuni poderia ser "aprovado" pelas cúpulas das universidades e pelo governo, mas completamente reprovado pelos estudantes.

A criminalização do Movimento Estudantil, esteve presente em praticamente todos os processos de luta estudantil, desde 2007, na USP, foi a tropa de choque, na UFAL a polícia federal, na UFC, chegou ao cumulo de a reunião do Conselho ser feita numa base militar. Na PUC-SP e na Fundação Santo André a tropa de choque entrou em ação mais uma vez. Na UFMG assim como na UFAL, estudantes correm o risco de serem suspensos ou/e expulsos... e agora a ocupação da UNISANTOS também estão sobre ameaça, como fala um dos textos do Blog do CES, “Em seguida o major seguiu com ameaças: Disse que desocuparia com a violência que fosse necessária independentemente da intervenção da reitoria da Unisantos. Contanto, nós, estudantes, nos sentimos negociando com uma arma apontada para nossa cabeça.”

É importante colocar que a escalada de criminalização dos movimentos Sindical, Popular e Estudantil, vem ocorrendo, seja nos interditos proibitórios contra as greves, seja no caso do MP gaúcho contra o MST, seja no assassinato direto de vários e vários lutadores e lutadoras. Nesse sentido é que a CONLUTAS, juntamente com a OAB e outros movimentos sociais, estão em campanha aberta contra a Criminalização dos Movimentos Sociais, o último congresso do Sindipetro AL/SE, teve como um dos centros das suas preocupações a criminalização também, e temos visto essa preocupação em vários outros sindicatos.

E a crise?

Não é só a criminalização dos movimentos que temos em comum(nós estudantes das públicas e privadas) em conjunto com o movimento sindical, e social, mas nesse momento é necessário, mais do que nunca unificar as lutas estudantis com as lutas dos trabalhadores, a aliança operário-estudantil, forjada no sangue de várias lutas na história, como o Maio Francês de 68, deve ser construída novamente, senão pagaremos um preço caríssimo pela crise.

A importante bandeira da ocupação da Unisantos, contra as demissões dos professores, é uma prova que podemos unificar nossas lutas às lutas dos trabalhadores, dessa mesma forma devemos estar presentes nas lutas operárias, dos servidores públicos, e do conjunto da classe trabalhadora, não podemos permitir que sejamos nós estudantes e trabalhadores que paguemos pela crise, não podemos permitir que o Governo doe bilhões de reais para os patrões, enquanto milhares de operários são demitidos, a verba pra educação é cortada, e para que não sejamos nós a pagar pela crise, tenho certeza que a única solução é a luta, POR QUE SÓ A LUTA MUDA A VIDA!


Fabiano Santos - é Coordenador geral do CASS/UFAl, Coordenador de Assistência do DCE/UFAL e militante do PSTU/LIT-QI


quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Da crise no coração do império à crise por todo o império

Temos visto nos últimos dias, o fortalecimento cada vez maior da crise cíclica do capital, crise essa que apareceu primeiro com o “estouro da bolha de especulação imobiliária” que aconteceu nos EUA, seguida da quebra de vários bancos, e vimos a imprensa e economistas dizendo que era apenas uma crise financeira, na verdade isso foi um sintoma que agrava ainda mais a crise de superprodução que vive o Modo de Produção Capitalista.

O que acontece é que a crise financeira foi se alastrando, atravessou oceanos e chegou à Europa, e também ao Japão. As principais economias do mundo viram, vários dos principais bancos dos seus sistemas financeiros quebrar, e a sombra da recessão chegar cada vez mais forte. Os governos se mobilizaram, torraram bilhões, trilhões de dólares na tentativa de salvar seus patrões, não conseguiram, reverter o rumo da crise. Dos bancos, ela partiu de malas prontas para a Indústria, atingindo a produção.

Durante as crises as classes e setores de classes são atingidos de forma diferente, os trabalhadores costumam pagar mais pelas crises. “No entanto, também são penalizados segmentos do capital, especialmente os pequenos e médios capitalistas, os primeiros (entre os membros da classe exploradora) onerados pela crise: as falências e quebras ocorrem basicamente entre eles” (Netto; Brás, 2006). Temos visto no desenvolvimento dessa crise, um fenômeno um tanto diferente, não que os trabalhadores não sigam pagando mais pela crise, mas pelos segmentos mais afetados por ela dentro da classe exploradora. Os primeiros a falirem forem grande bancos, agora vemos a GM, maior montadora de automóveis do mundo, falida, o preço das suas ações valem o mesmo que valia logo após a 2º Guerra Mundial, quando analisamos os números desse setor da produção, vemos que estamos diante da possibilidade de uma depressão. As quedas nas vendas no setor são grandes. “A GM teve queda de 45,1 em outubro, acompanhada da Chrysler (34,2%) e Ford (30,2%). Entre janeiro e outubro, a queda geral foi de 14,5%. O prejuízo da GM no terceiro trimestre foi de 2,5 bilhões de dólares e o da Ford foi ainda maior: 2,6 bilhões”. (Almeida).

Isso tudo acontece num momento em que o mundo experimentou um grande crescimento econômico, no qual países em desenvolvimento(assim denominados países como o Brasil) se aproveitaram desse momento de expansão, acontece que as “contradições explodem no ponto mais elevado da curva. A superprodução de capital está pronta para explodir em novo período de crise no seu ponto de exuberância máxima. Exatamente no ponto em que o gigantesco desenvolvimento das forças produtivas do trabalho acumulado no decorrer do ciclo se choca estrondosamente com as estreitas relações de produção capitalistas. E tudo cai, tudo começa a cair.”(Martins)


As bolsas continuam em queda livre, por mais que de vez em quando passe uma corrente de ar quente e as faça subir um pouco, levando com que a imprensa comemore como nunca, as bolsas logo depois de pequenas elevações continuam em queda. Todas as vezes que alguns dos governos imperialistas anunciam o salvamento de um grande banco(como o recentemente anunciado, pelo governo dos EUA, salvamento do Citicorp), as bolsas e os investidores reagem com euforia, pra não dizer histeria, dando a entender para os milhões e milhões de trabalhadores que a crise está passando, quando na verdade os sintomas de que está crise esteja acabando são praticamente inexistentes. “Essas ‘recuperações’ das bolsas são como saltos convulsivos de um corpo que se aproxima da paralisia final.” (Martins)

O desemprego já começa crescer, não só nos grandes países, mas também nos chamados países emergentes, deixando pra trás mais rápido do que nunca a tese de que essa era um crise dos países ricos.

A transferências dos lucros aos países ricos, e fundamentalmente para os EUA, crescem a cada dia, “socializando” assim a crise com o resto do mundo. Grandes montadoras demitem em massa como aconteceu com os 1200 operários na Espanha, com os 1000 operários da FIAT em Minas Gerais, 1200 da Vale e com o assombroso número de 10000 mil demissões de montadoras no Brasil. Sem falar que o famoso recurso à férias coletivas já deixam quase metade dos operários brasileiros em casa, fazendo com que o fantasma do desemprego assombre os trabalhadores cada vez mais. Mostrando que em crise cíclicas como a que estamos vendo, quem paga pela crise são os trabalhadores.

No meio da crise, surge como salvador, o primeiro presidente Negro da história dos EUA. Obama surge como grande salvador, um homem negro, descendente de pai Queniano, um dos países mais pobre e miserável do mundo. Porém, o que está posto, além das ilusões que gerou em grandes camadas de explorados no mundo e o pior das expectativas geradas em grandes setores da chamada esquerda, o que está posto é que Obama é apenas uma nova cara, um novo rosto, com aparência mais amigável, uma necessidade vital, para a continuidade do domínio imperialista estadunidense no mundo, afinal, todo o sentimento antiimperialista “conquistado” pelos EUA, durante a Era-Bush, começa a se esvair pelo ralo.

A política adotada por Obama, vai continuar sendo para que os custos da Crise, sejam pagos cada vez mais pelos trabalhadores, homens e mulheres, negros e negras, que em épocas de crescimento tem o produto de seu trabalho expropriado pelos seus patrões e que em épocas de crise são os primeiros a pagarem, o preço da superprodução capitalista e da destruição de forças produtivas paras que os capitalistas se salvem da crise.

O fato é que muito longe de ser apenas "uma marolinha", como disse o presidente Lula, o Brasil já começa a sofrer os efeitos da crise, e assim vemos a FIAT, a Vale, demitirem mais de mil operários nesta semana, assim como vemos quase 50% dos operários em casa em Férias Coletivas. Os EUA, não só vai dividir a crise com o resto do mundo, como já está fazendo isso

Assim sendo para reverter esse rumo somente a classe operária pode oferecer uma alternativa para humanidade, na esteira da crise é que as contradições do capitalismo podem ser vislumbrados a olhos nus, e a possibilidade da revolução se coloca à nossa frente. Que os ricos paguem pela crise!

Bibliografia

1. Almeida, Eduardo. A Quase falência da industria automobilística dos EUA. Jornal Opinião Socialista. Ano XII – Edição 362
2. Martins, José. Soberbo Crash Americano. Crítica Semanal da Economia. Ano XXII. nº 949.
3. Martins, José. Obama: A realidade fala mais alto que o espetáculo. Crítica Semanal da Economia. Ano XXII. nº 950
4. Martins, José. A Situação Da Indústria Mundial Se Agrava. Crítica Semanal da Economia. Ano XXII. nº 951
5. Martins, José. Loucuras Capitalistas Nos Limites Da Grande Derrocada. Crítica Semanal da Economia. Ano XXII. nº 952
6. Netto, José Paulo; Brás, Marcelo. Economia Política – Uma Introdução Crítica. São Paulo: Cortez, 2006.


Fabiano Santos - Coordenador geral do CASS/UFAL, Coordenador de Assistência Estudantil do DCE/UFAL e militante do PSTU
 
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